Primeiros sinais.

Primeiros sinais


Observe se a pessoa cai, tropeça, bate com frequencia nos móveis; engasga com líquidos ou com a própria saliva: não quer dizer que a pessoa terá Parkinson, mas que pode ser indício de algum problema neurológico, conforme eu tive informação de médicos especialistas na área.

Alimentação para o Parkinsoniano.

Alimentação para o Parkinsoniano - Alguns cuidados que eu descobri com o passar dos anos:


Levodopa: deve ser tomado 1 hora antes ou 1 hora depois de consumir leite, queijo, ovo, carne ou presunto, isto é, proteínas. Diminuem o efeito do Levodopa: feijão, bacon, abacate, fígado, batata doce, leite em pós desnatado, farinha de aveia, cereias fortificados, ervilha, salmão, atum, batata, banana, peito de frango (quando cozido com cubos de caldo de galinha industrializados) e semente de girassol, pois possuem vitamina B6. Aprendi que a minha mãe pode ingerir este alimentos, mas em torno de 2 a 3 vezes por semana. Tipo assim: 2ª, 4ª e 6ª consome feijão e 3ª, 5ª e sábado, ervilha e batata e intercalo as semanas para ela não ficar sem a nutrição necessária e nem enjoar do mesmo tipo de comida. . Isso só percebi após ter feito o controle na minha planilha. Porque aconteçe isso: A Piridoxina (B6) participa também da conversão da levodopa em dopamina e é eficaz apenas no cérebro. Se ocorrer esta conversão de levodopa em dopamina antes de chegar ao cérebro, esta dopamina vai se perder toda e aí não teremos o efeito desejado do medicamento, as tremedeiras não aliviam. A levodopa deve ser convertida adequadamente em dopamina para haver efeito terapêutico. Por isso quando utilizarmos levodopa, não devemos tomar suplementos de vitamina B6.

- Notei que alguns chás também diminuem o efeito da levodopa: boldo e malva, se tomados próximo à ingestão do remédio do Parkinson. O chá feito com as folhas do boldo obtém resposta positiva na redução das transaminases. O boldo faz parte de diversos medicamentos indicados para o restabelecimento do fígado. Porém, o boldo pode ser altamente tóxico. Consulte sempre o seu médico, antes de ingerir boldo, seja na forma que for. O boldo contém boldina, que paralisa os nervos sensoriais e motores, incrementando a freqüência respiratória. Em doses altas, pode causar a morte por parada respiratória.



Obs.: Medicamentos à base de benzerazida ou carbidopa: eles são inibidoras da dopaminase (enzima que converte a levodopa em dopamina, juntamente com a piridoxina). Neste caso, não há conversão fora do cérebro e o medicamento tem o efeito desejado. A vitamina B6 portanto, não interfere no tratamento. O Madopar e o Sinemet (carbidopa + levodopa) são drogas que já vem com inibidores da dopaminase, não sendo contra-indicada a suplementação da vitamina B6.



Lembre-se de que qualquer suplemento vitamínico ou mineral deve ser tomado apenas com indicação do médico ou nutricionista.





JAMAIS PARE DE DAR (TOMAR) A LEVODOPA POR CONTA PRÓPRIA. ELA DEVE SER TOMADA AOS POUCOS E DEIXAR DE SER TOMADA AOS POUCOS TAMBÉM.



- Nunca use ASPARTAME, é extremamente prejudical para o cérebro. Use: Stévia, Frutose ou açúcar mascavo.



- Se houver caso de colesterol alto: Diminua o consumo, mas não em sua totalidade, pois o organismo humano sente falta e produz o colesterol automáticamente. Por isso que algumas pessoas param de consumir alimentos com colesterol e quando vão fazer os exames o colesterol continua alto.







Constipação, incontinência, insônia.

Constipação, incontinência e insônia!



A constipação é normal para um Parkinsoniano, pois a levodopa resseca o intestino, além de que, se vier junto a incontinência urinária, também a medicação utilizada colabora para o mau funcionamento do intestino. Para a minha mãe, não houve receita milagrosa para fazer o intestino funcionar. Se deixar ela fica mais de uma semana sem fazer cocô. Receitas do tipo: deixar à noite de molho 4 ameixas na água e de manhã bater junto meio mamão, mais o suco de uma laranja e tomar em jejum; tomar um copo ou dois de água morna em jejum, comer mamão durante o dia; comer Kinoa ou Quinoa, lactobacilos, produtos integrais, tomar uma colher de óleo mineral, ou uma colher de azeite de oliva, colocar o azeite de oliva na comida na hora do almoço, nada disso adianta para ela, ou melhor, dura uma semana e na outra não funciona. É ter paciência, ajudar ela a fazer o cocô e de vez em quando usar Minilax, ou supositório e, quando os produtos naturais fazem efeito, comemorar. Atualmente estamos usando granola com leite batidas no mixer (um dia sim e outro não). Aumentamos o consumo de beterraba, pois notei que ela evacua com mais regularidade.



A incontinência também é comum e também de brinde pode vir as infecções urinárias com frequencia (descobri a pouco tempo). Só a medicação ajuda a conter (e não muito). Fraldas e mais fraldas diariamente e durante a noite só tem a piorar a situação. A minha mãe não tem mais os sintomas de uma infecção urinária (xixi frequente, dor ou ardência ao urinar), eu só percebo que tem infecção por causa do cheiro na fralda. Aliás, um médico neurologista me orientou para que eu fizesse os exercícios da fisioterapia à tarde após às 15hs, pois fará com que ela faça o xixi após o exercício. Assim os pés não ficam inchados, diminuíndo assim o xixi noturno. Mesmo desse jeito, a minha mãe continua fazendo muito xixi à noite, em média são 3 trocas de fraldas (às 21hs, em torno da 01h e depois das 03h30 da manhã).

A insônia devido a idade já é comum, hoje a minha mãe tem 81 anos e, dorme muito bem das 21hs até a meia-noite. Depois disso é um acorda e dorme, faz xixi e dorme. Agora ela está muito melhor do que a alguns anos atrás que a gente passava a noite toda acordada devido as dores nas pernas (Síndrome das pernas inquietas). Ela tomou vários medicamentos para ajudar a dormir (Amitril, Zolpiden, Rivotril) mas de manhã ela sempre acorda ainda meio dopada, perdendo o equilíbrio, correndo o risco de cair e se machucar. Durante o dia ela sente muito sono entre 11h e meio-dia e das 13h30 até às 16hs (se deixar ela dorme este horários todos os dias) e aí não dorme à noite. E encontrei na Dipirona Sódica um alívio para conseguir fazer ela dormir, mas não pode ser dado todos os dias. As gotas foram orientadas por um médico.

A observação importante que fiz é que após o mês de julho/2011, a minha mãe parou de tomar o remédio da pressão, pois ao contrário de todo mundo, ela abaixa a pressão no inverno. E como consequencia tivemos uma visível melhora das cãimbras, quase que não existem mais. Nenhum dos médicos consultados entenderam o motivo. Inclusive porque nestes últimos 5 anos que estou cuidando dela, ninguém conseguia entender o que fazia ela dormir tão mal ao ponto de girar na cama enquanto dormia. Isso que sempre procurei trocar os remédios do Prkinson e nunca mexi no remédio da pressão. Viva por mais esta vitória , pois depois de tantos anos onde dormimos tão pouco, agora estamos dormindo algumas horas a mais (29/11/2011).

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

2008 - ano de calmarias

Em março de 2008, pela internet aprendi alguns exercícios que eu podia aplicar na minha mãe de fisioterapia, nada muito forte, mas que pudesse fazer alguma diferença para ela. Então começamos a fazer uma hora por dia, três vezes por semana e ainda ela continuava indo na massoterapeuta 1 vez por semana. Convencia ela de retomar o uso das vitaminas pois ela tinha melhorado muito. Mantivemos a auto-hemoterapia, a cromoterapia, a ortomolecular, a homeopatia e as idas uma vez por semana no grupo de oração. Continuamos com a noites longas, sem dormir direito com resfriados eu e ela, mas tudo sendo resolvido durante o ano.
Em dezembro de 2008, fomos em outro neurologista e ele disse que as cãibras eram um sintoma da doença chamada de "Síndrome das Pernas Inquietas". Ele indicou a medicação (Sifrol) que é bem cara e ela começou a tomar um comprimido por noite.
Notamos bons resultados, apesar que ela ficava meio sonolenta durante o dia, mas se a noite ela e eu conseguíamos dormir, tava valendo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

2007 - mais mudanças

Em Janeiro de 2007, fomos em um evento familiar e lá tive contato com o filme "O Segredo", não consegui prestar muita atenção nele, mas uma coisa eu aprendi: pensar com força, diariamente no que se quer. E aí me lembrei que alguns anos atrás eu tinha aprendido que se você quiser alguma coisa tem que pensar nisso por 21 dias que o universo conspira a seu favor, se o teu desejo for a teu favor. Pratiquei e muito o pensamento que eu queria encontrar uma solução para poder diminuir o sofrimento da minha mãe, pois ainda estávamos tendo poucos horas se sono durante a noite. Em fevereiro uma semana antes do carnaval, a minha cunhada e a minha sogra me levaram para conhecer o Grupo de Oração. Conversei muito com a mentora do grupo e ela pediu que eu começasse a levar a minha mãe uma vez por semana no grupo para receber orações. O que aconteçeu na mesma semana foi incrível: Na sexta-feira, levei a minha mãe na massoterapeuta e ao voltar para buscá-la um rapaz bateu o carro dele no meu. Como era véspera de carnaval, ficamos de conversar na próxima semana e fizemos os acertos necessários. Uma semana depois quando fui buscar o carro, o dono da chapeação me conhecia desde pequena, pois fomos vizinhos na mesma rua. Comentei com ele como estava a minha mãe e ela falou do filho que estava em alguns problemas também e que fazia tratamento com um médico Ortomolecular. Pedi mais informações e peguei o telefone do médico para ligar no dia seguinte. Liguei, mas tinha consulta só para dali a 4 meses. Eu não podia esperar tanto. Então liguei para uma farmácia de manipulação e pedi o nome de outros médicos. Consegui consulta para o dia seguinte, com uma médica que é ortomolecular e homeopata também, pois vários clientes haviam desistido. E o que mais me chamou a atenção é que a médica Ortomolecular é médica formada (clínica geral) o que me deu mais confiança. Levei a minha mãe quase que de arrasto, pois ela não queria ir. Ela estava ficando muito teimosa. Se ela decidia sentar, sentava e para tirar ela dessa posição não era nada fácil. Enfim chegamos na doutora e ela começou a questionar sobre os medicamentos, alimentação e etc. Lá pelas tantas a doutora notou que a minha mãe estava com o item "alumínio" muito alto no organismo que informou que isso provoca além o Parkinson o Alzaimer também. Pelas costas da minha mãe, indiquei que ela tinha as duas doenças. A doutora entendeu. Ãpós a avaliação o resultado foi: minha mãe estava em depressão muito forte, sem vitaminas, nem sais minerais, com uma intoxicação por metais pesados, principalmente o alumínio (sempre fizemos comida em panelas de alumínio, o que a médica solicitou trocarmos). Saímos dali com a minha mãe cansada pois a consulta foi de 1 hora e meia e eu satisfeita pois visualizei uma luz no final do túnel. Fui na farmácia de manipulação e mandamos fazer todos os medicamentos. As brigas para poder fazer a minham mãe tomar os comprimidos e as homeopatias é que eram grandes. Poucos dias depois que ela começou com a homeopatia, percebi que ela tinha no corpo um cheiro de alumínio insuportável, nem o cachorrinho conseguia ficar no colo dela por muito tempo. Lá pelo final de março, sem que eu visse a minha mãe botou fora um dos remédios que ela estava tomando, o Akineton. Quando eu dei por falta, a questionei, e ela disse que tinha tido um sonho que dizia que o remédio não fazia bem e que devia por fora e foi o que ela fez! Pensei: bom não custa tentar, vamos ver no que dá. Um mês depois que estávamos frequentando o grupo de orações e uma tarde a mentora do grupo chegou para mim e disse: que o Alzaimer iria ser curado pois estava no início, mas que a doença antiga (Parkinson) não tinha mais como curar e que iríamos conseguir estacionar. Fiquei muito feliz com isso e começamos a notar pequenas melhoras cognitivas na minha mãe. Pois ela mesma percebeu que a memória dela tinha falhado. Por exemplo: ela não lembrava de ter passado o Natal e o Ano Novo na praia, e me questionava porque eu tinha saído da empresa (quase um ano depois), então eu começei a mostrar para ela as fotos da empresa, dos colegas, dos eventos que eu participei, das nossas férias, dos passeios, da praia, e assim ela começou a montar mentalmente o roteiro dos acontecimentos, mas não que ela lembrasse deles. Começamos a fazer também a auto-hemoterapia, notei que ela começou a ter mais disposição para fazer as coisas, apesar das tremedeiras terem aumentado um pouco mais no braço direito, e as pernas estarem perdendo a mobilidade. Então eu começei a pesquisar na internet sobre Cromoterapia, e outras terapias alternativas que eu pudesse fazer em casa e que não aumentasse os custos, pois o dinheiro do meu acerto já estava acabando e as minhas economias também. Era gasto só em medicamentos em média R$ 900,00 por mês. Começei a aplicar a Cromoterapia nela e as dores nas pernas diminuíram, mas mesmo assim, ela ainda sentia muitas dores fortes à noite, os músculos das pernas pareciam que saiam do lugar como se tivessem levado um soco. As noites ainda eram longas e sempre acordadas por longos períodos. Aliás nós já tinhamos trocado o dia pela noite desde 2006. Neste mesmo período levei ela a dois outros neurologistas: um disse que a minha mãe não tinha o Alzaimer e que era só o Parkinson. O outro disse que ela tinha Labirintite e que não tinha o Alzaimer também. Confirmou-se que o que a mentora já tinha visto e rezado pela cura da minha mãe. Além da pneumonia e das crises de resfriados constantes que eu peguei devido ao continuo processo de levantar à noite, eu até que passei bem o ano.
No final de 2007, alguém disse para a minha mãe que ela tomava muito remédio e que isso não fazia bem para a saúde e que um conhecido morreu de cancêr no estômago porque tomava muito remédio (se referindo aos 8 comprimidos de vitaminas e sais minerais que eram tomados em vários horários ao dia). O resultado disso: a minha mãe não quis mais tomar nenhum dos remédios da ortomolecular e da homeopatia. O que deu para perceber alguns dias depois que ela estava fraca. Ao ir no casamento de uma sobrinha, ela ficou uns 15 dias na casa da irmã dela. Mas para não preocupar os nosso parentes, ela disse que as noites dela foram ótimas. Até achei que podia ser o leite, pois é puro. Inclusive, eles acharam normal ela dormir entre 10h da manhã e 11h30 (isso só aconteçe quando ela não dorme à noite). Quando fomos buscar ela para retornar para casa, ela comentou que não dormiu nenhum dos 15 dias bem, mas que para os parentes, dizia que as noites foram as melhores da vida dela. Imagine a minha cara e a do meu namorado. Quase voltamos com o carro, para falar para os familiares o que ela tinha dito, pois eu passei por mentirosa, quando dizia que ela não dormia direito. Questionei porque ela não contou a verdade para eles e ela disse que não queria deixar ninguém preocupado, pois o que eles iriam fazer? Iam achar que era alguma coisa que eles tinham feito e talvez se sentir culpados por isso. Fiquei com a minha cara no chão. Mas não dava mais para mudar o assunto e resolvi deixar por assim mesmo.
Alguns dias depois fizemos o meu casamento (no cartório). E depois fomos para a praia passar o Natal e o Ano Novo.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

2006 - Ano de muitas mudanças

O ano de 2006 definitamente foram de muitas mudanças desde o seu começo.
Nas minha férias, em 22 de fevereiro de 2006 a minha mãe estava travando muito para caminhar e os tombos estavam numa freqüência absurda. Levei ela a um médico, considerado o melhor da região, que diagosticou de cara: “É Parkinson com certeza”. Mas ele examinou ela, principalmente porque o diagnóstico da doença é mais pela análise física, do que por exames. Questionou se ela engasgava com frequencia, com a saliva e com líquidos (confirmei que sim). Mesmo assim, ele solicitou uma tomografia computadorizada e começamos o tratamento com o Prolopa e o Akineton. Mas no início de abril de 2006, ela começou a ter fortes cãimbras nas pernas durante à noite ao ponto de gritar de dor e chorar constantemente durante a madrugada. As nossas noites eram terríveis, pois ela não dormia e eu também não conseguia dormir. Ficava junto com ela a noite inteira fazendo massagem, rezando e chorando. Começei a faltar o trabalho para levar ela a médicos para tentar conseguir alguma solução para as dores que ocorriam de madrugada. Eram tantas as horas sem dormir, que no meu trabalho, na hora do almoço eu ia até a Sala Zen (sala de descanso na empresa) e dormia, para poder conseguir aguentar o período da tarde. Os meus almoços eram um pão com bife ou aquelas massinhas de pote de microondas, pois eram fáceis de fazer e eu não demorava muito na hora do meu lanche da tarde. Voltava para casa e as dores dela sempre piorando de madrugada. Era comum dormirmos após às 4h da manhã e às 6h eu já estava de pé, pois normalmente eu dava comida para a cachorra, limpava o pátio e deixava o almoço encaminhado. Levei ela algumas vezes para pronto socorro ou o plantão, durante à noite, mas o que eles davam era: Cataflan, Voltarem, Tilenol, Paracetamol e nada mais. Na época eu tinha um banco de horas com mais de 40 horas e no final de julho, eu não tinha mais nenhuma hora para poder usar. Foi quando eu começei a notar que não conseguia mais dar conta do meu trabalho com a mesma competência que antes. Ficava de mal humor seguido, com sono durante o meu trabalho e a minha concentração estava zero, tanto que fiz uma burrada e prejudiquei em alguns mil reais a empresa. Foi aí que eu decidi que não dava mais para continuar assim. Procurei encontrar alguma pessoa para poder ficar com a minha mãe durante o dia, mas do que adiantaria isso? Se o meu problema eram as noites? E os valores cobrados eram um absurdo? Em torno de R$ 800,oo por dia, mais vale-transporte e INSS e a noite o valor era igual ou superior, totalizando mais de R$ 1.000,00 por mês para cada cuidador. Como pagar? Eu não ganhava para isso! E o salário de aposentada dela, também não ia cobrir tudo. Foi que numa noite ao chegar em casa do trabalho, ela estava chorando com muita dor nas pernas. Levei direto no hospital e lá o médico de plantão me informou que ia ser dali para pior. A tendência era que ela ia ficar em uma cama sem poder se mexer ou em cadeira de rodas devido a evolução da doença, no prazo máximo de um ano. Para mim foi muito difícil aceitar isso. Começei então a fazer com que o meu trabalho "não ficasse tão bem feito", pois a empresa não tinha o costume de fazer acordo e eu precisava do dinheiro do acerto. Mas tentei fazer com que o cliente e a empresa não ficassem no prejuízo e, assim eu consegui chamar a atenção das minhas colegas para que percebessem que eu não estava agindo conforme era necessário e nem conforme eu estava acostumada a trabalhar. Deu certo. Fui chamada em uma reunião e as colegas cobraram o porque da minha atitude. Chorei, não por causa da cobrança, mas porque eu percebi que não tinha mais volta, eu precisava cuidar da minha mãe, nem que fosse pelo período de uma ano como o médico falou. Fui demitida no final de agosto. Naquel tarde eu ligeui para todos cada médico de cada área da saúde que eu achei importante, pois estava decidida a encontrar uma solução. Uma semana depois que eu estava em casa, eu comprei o Bidú que é o nosso mascote, pois ela também gosta de cachorro e a idéia é de ter ele como uma terapia para ela. Durante o mês de setembro, foram feitos muitos exames e na última sexta-feira do mês tive o retorno de um médico que a minha mãe estava começando com o Alzaimer. Liguei para outro médico que confirmou, por causa dos diagnósticos, poderia sim ser o Alzaimer. Chorei muito todo o final de semana e para a minha mãe não perceber, eu dizia que estava gripada. Na segunda-feira levantei e disse para mim mesma: já chorei que chega, e se é para ela ter este fim, então que seja feito o melhor que eu puder. Eu havia decidido não contar (ela já tinha uma doença ruim, o que iria mudar se eu contasse que ela tinha outra pior? Nada.). Procurei em sites, todas as informações possíveis para que eu pudesse fazer e pudesse conversar com os médicos sobre as duas doenças. Mas não consegui ir muito adiante, alguns sites não te ajudam muito. Questionei os médicos e as resposta que tive foram: o que está sendo feito é o adequado. Para complicar ainda mais, além das dores nas pernas e as noites sem dormir, as reações dela estavam muito estranhas: ela ficava brava com frequencia, reclamava de tudo, estava resistente para tomar as medicações. Não queria comer e, tudo o que eu fazia tinha gosto ruim. A surpresa maior foi quando eu resolvi limpar o quintal e descobri comida enterrada. Além de vários comprimidos espalhados pelos vasos de plantas e no meio do quintal. Demorei um pouco para entender o que acontecia: Quando eu trabalhava, no meu horário de almoço eu ligava para casa para saber se ela tinha almoçado e ela dizia que sim. Eu perguntava o que ela tinha comido e ela normalmente respondia o que eu já tinha deixado encaminhado. Mas na verdade ela nao comia a comida e enterrava no quintal, ou jogava para os passarinhos, confimei isso quando estava em casa e fiquei cuidando algumas vezes que ela fazia isso. O que ela comia? Pão e café com leite e se deixar ela faz isso ainda hoje. O pior eram as madrugadas. Ela levantava só de camisola perto das 4hs (em noites bem frias) e abria a porta da área de serviço e ficava lá fora, encolhida com as mãos juntas perto da barriga olhando para o céu. Eu nunca entendia o que ela fazia e chamava ela para dentro de casa. Pensa que ela vinha? Não entrava e ainda brigava comigo. Até eu conseguir convencer ela de entrar, até eu já estava congelada. Como eu não entendia o que acontecia com ela, sempre fechava a porta chorando e depois acompanhava a minha mãe até o quarto. Foram meses assim, até que uma noite eu levantei e disse para ela: mãe, entra logo senão eu vou te bater (que fique claro que eu não bato nem no meu cachorro) e sabe o que ela disse quando passou por mim? Tu é grande mas não é duas e foi deitar. Acabei rindo da situação. E decidi esconder a chave da porta. O que mais me chateava era as atitudes dela, pois parecia que muitas vezes ela não me conhecia. E notei que quando eu chamava ela: Mãe, mãe, ô mãe...e ela respondesse... o que é menina, eu podia saber que aquele ia ser um dia daqueles (ela parecia que ficava em um mundo a parte) e isso era bem frequente. Neste ano conversei com uma amiga minha que me disse algo mais ou menos assim: já que o diagnóstico era de Parkinson e de Alzaimer, eu tinha que ter tolerânia para perceber que a minha mãe não tinha consciência dos atos dela e, que não fazia o que fazia para me atingir, mas sim que era resultado da doença. Foi a frase mais simples e alentadora que eu ouvi neste ultimos anos. E completando o ano, em Abril eu peguei uma gripe e não consegui curar até o final de outubro, por causa de levantar e dormir durante as madrugadas frias.
Em dezembro fomos passar o Natal e O Ano Novo na praia e confesso que foi uma tortura. A minha mãe estava irreconhecível. Reclamava de tudo, tudo era ruim, nada ela gostava, nada ela queria, foram 15 dias bem complicados.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ano de 2005

Em agosto de 2005, a minha mãe começou a tomar Angipress CD (Atenolol 25 e Clortalidona 12,5 - diurético) devido a alguns picos de pressão alta. Fora isso, não tomava nenhum tipo de medicamento.
Houveram alguns episódios durante o ano de infecção vaginal, que hoje eu sei que é porque a minha mãe não alcançava o braço para se limpar e então se limpava de trás para frente, o que provocou em um ano 4 infecções.
Continuaram os episódios de tombos e a luta para poder baixar os triglicerídeos e o coleterol ruim que sempre estavam altos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ano de 2002

Em 2002 eu machuquei o pulso e fiz uma operação. Nesta época a minha mãe começou a tremer a mão direita. Convenci ela de ir consultar o meu médico. Após alguns exames, ela teve o diagnóstico médico de que o nervo do pulso até o cotovelo estaria secando e por isso ela começou a tremer. Hoje sabemos que era o Parkinson que já estava se manifestando. Outros médicos diziam ser artrite. Tomou injeções, remédios e mais remédios. Ela acatou informação do nervo que secou e ninguém mudava esse pensamento.
O problema maior sempre foi a minha mãe aceitar o Parkinson. A mãe dela teve o Parkinson e acabou tendo que ficar em uma cadeira de rodas, com uma pessoa cuidando dela por 24 horas e recebendo comida na boca, usando fraldas, bebendo líquidos de canudinho, pois ela não tinha controle sobre o corpo dela. O problema da minha mãe era que, como ela não gostava da minha avó, todo o tipo de comparação sempre foi o fim para ela. Por exemplo: algumas pessoas que levavam algum tempo para reencontrar ela, se admiravam de como a minha mãe estava ficando parecida com a minha avó, era o fim. Ela chorava e ficava perguntando se estava mesmo parecida, pois ela não queria isso. Se alguém fizer isso, tenho que argumentar que é porque a pessoa lembrou de algum detalhe, mas que ela não é parecida com a minha avó. Para a infelicidade dela, uma é a cara da outra. Minhas tias que me desculpem se algum dia lerem isso, mas é a mais pura verdade. Mudando de assunto, hoje eu sei que o maior erro que eu tive foi ter ficado encostada pelo INSS por 11 meses por causa da minha operação. Minha mãe criou uma dependência muito grande de mim. Logo depois que o meu pai faleceu em 1992, a minha mãe me obrigava a ligar para ela assim que eu chegasse no trabalho (todos os dias). Até o momento que eu não tinha como ligar então ela ligava para mim para saber se eu tinha chegado bem. Sempre liguei para ela no horário do almoço, salvo quando eu ia almoçar em casa, senão era uma tortura à noite quando eu chegava, pois ela ficava questionando e chorando porque eu não ligava e não me importava com ela.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O começo

Em 1995, a minha mãe foi buscar a torta do meu aniversário e caiu na rua com a torta na mão. Ainda bem que não se machucou muito. A partir daí, houveram muitos tombos: na rua, em casa, no pátio, etc. Ela sempre comentava que alguma coisa atrapalhou para ela cair, ou foi uma pedra de calçada solta, uma pedrinha que fez ela tropeçar ou o chinelo, um degrau, o sapato travou, etc. Mesmo que eu dissesse para ela ter cuidado, parecia que a cada dia mais tombos aconteciam, até o ponto de ela não me contar mais, para não me deixar preocupada. Teve um dia que a minha vizinha veio me perguntar como estava a minha mãe pois ela havia caído próximo de casa e eu nem sabia. Quando questionei, ela disse que não tinha sido nada, mas insisti e olhei ela, ainda tinha a mancha roxa no quadril. Era uma média de pelo menos um tombo a cada duas semanas. Falei para ela que sempre tinha que me contar, como ela fazia comigo quando eu era criança. Mas eu nem imaginava, mas era com estes tombos que eu deveria ter me preocupado, pois já era indício da doença: O Mal de Parkinson.